Comportamento começou na pandemia e perdura. Dados da plataforma indicam que o consumidor passa, em média, por seis sites até tomar decisão.
Duas pesquisas encomendadas pelo Google Brasil indicam que hábito de consumir online e pesquisar antes de realizar compras — digitais ou físicas — está consolidado no Brasil. As análises foram divulgadas no evento Think Commerce, voltado a clientes varejistas do Google, na sede da empresa, em São Paulo (SP).
Um dos levantamentos, conduzido pela consultoria Offerwise em janeiro com 2 mil consumidores, mostra que nove em cada dez brasileiros consultados passaram a pesquisar antes de adquirir um produto. O outro estudo, realizado pela Ipsos com 3,7 mil pessoas entre outubro de 2022 e janeiro deste ano, aponta que durante as compras do último Natal, 87% dos entrevistados usaram o celular para buscar informações sobre possíveis aquisições.
Para Gleidys Salvanha, diretora de negócios para o varejo no Google Brasil, esse comportamento mais pesquisador do público tem a ver com o momento de crise econômica. “Estamos na era da pressão: as empresas estão pressionadas a gerar mais resultados com menos recursos, e os consumidores sentem a pressão de fazer cada real valer mais”, afirmou a diretora no evento.
Citando dados do próprio Google Brasil, Salvanha afirmou que o consumidor brasileiro entra, em média, em seis canais de varejistas diferentes antes de decidir onde comprar. Além disso, 75% das pessoas acessaram cinco ou mais páginas antes de decidir onde fazer as compras de Natal do ano passado. “O consumidor bem informado gastou duas vezes mais e fez 2,9 vezes mais compras do que o consumidor que acessou apenas de um a dois pontos de contato para decidir”, disse a diretora.
Segundo o Google, o contato entre varejo e consumidor começa pela pesquisa na plataforma, mas passa por ferramentas, como avaliações e tutoriais no YouTube.
“Apenas o YouTube disputa com o Google como plataforma de busca e de tomada de decisão sobre produtos”, expressou Fátima Falcão, head de indústria do Google Brasil, durante o evento. A líder mostrou um gráfico com dados internos que apontam para uma alta nos cliques no varejo em novembro, no momento da Black Friday – a maior parte, associada a eletroportáteis e TV.
Os números mostram outros picos de busca menos agudos: em janeiro de 2022, os consumidores pesquisaram mais por móveis e eletrodomésticos; em agosto, por automóveis e itens para casa e construção; e em dezembro, por brinquedos e games. Essas categorias e momentos foram vistos por Falcão como oportunidades para os vendedores.
“O varejista tem que saber como conduzir a jornada de compra nas datas especiais, mas também precisa planejar como vai estar um pouco à frente do consumidor e entregar o que ele precisa no caminho, fora das épocas”, afirmou. Para ela, a jornada de compra precisa ser planejada levando em conta: a qualidade da interação do consumidor com o vendedor, as categorias vendidas, o momento em que essas categorias são mais procuradas e como o usuário navega.
Para o Google, o consumidor atual não busca necessariamente por produtos mais baratos, mas, sim, que tenham atrativos, como entrega rápida ou grátis, cashback ou cupons. Entre 2021 e 2022, as pesquisas com o termo “barato” caíram 17%, enquanto as buscas com as palavras “promoção”, “cashback” e “cupom” cresceram 10%. Os termos “melhor” e “confiável’ também tiveram alta em pesquisas de compras — de 9% e 17%, respectivamente. “O consumidor prefere gastar mais tempo e cliques se for achar o melhor produto gastando menos”, expressou Salvanha.
Fonte: PEGN